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domingo, 15 de setembro de 2013

ROCK AND ROLL


É claro que em semana de Rock in Rio eu não poderia deixar de falar sobre esse estilo musical que tanto prezo!

É certo que Rock in Rio está mais para “Axé in Rio ou dance in Rio”, MAS, deixando isso de lado, quero homenagear todos os rockeiros que aqui me acompanham e que amam tanto quanto eu a liberdade de pensamento que o rock traz para a sociedade!

Desde os rebolados de Elvis instigando desejos hipocritamente reprimidos ou de inocentes “Love, Love me do” até declarações de amor e ódio incondicional “eu costumava amá-la, mas eu tive que matá-la”, o rock vem incitando a sociedade a olhar adiante, a pensar diferente, sem amarras pseudo-intelectuais, sem pudor desnecessário, sem fingimento social, só liberdade consciente e atitude convicta! A convicção de pessoas que preferem ser chamadas de esquisitas, rebeldes e até “demoníacas”, ao invés de submeter-se a padrões que não lhes convencem.

Um estilo musical que vai além dos instrumentos, pois tocar guitarra muitos conseguem, mas dizer o que a maioria não está preparada para ouvir e gritar irreverente aos quatro cantos:  “eu não consigo parar de te amar” só o verdadeiro rock and roll faz!!

D´you know what I mean??

VIVA O ROCK N ROLL GALERA!!!!!!


Eu vivo minha vida na cidade
Não é fácil sair
O dia passa muito rápido para mim
Eu preciso de algum tempo no brilho do sol
Eu tenho que fazê-la ir mais devagar
O dia passa muito rápido para mim

Eu vivo minha vida para as estrelas que brilham
Pessoas dizem que é apenas perda de tempo
Quando elas dizem que eu devia sustentar minha mente
Isso para mim é apenas um dia na cama
Eu pegarei meu carro e vou dirigir muito rápido
Você não dá importância para o que nós somos
Na minha mente meus sonhos são reais
Agora você se importa com o que eu sinto

Essa noite eu sou uma estrela do rock
Essa noite eu sou uma estrela do rock

...
Eu vivo minha vida para as estrelas que brilham
Pessoas dizem que é apenas perda de tempo
Quando elas dizem que eu devia sustentar minha mente
Isso para mim é apenas um dia na cama
Eu pegarei meu carro e vou dirigir muito rápido
Você não dá importância para o que nós somos
Na minha mente meus sonhos são reais
Agora você se importa com o que eu sinto

essa noite eu sou uma estrela do rock
essa noite eu sou uma estrela do rock
essa noite eu sou uma estrela do rock

Você não entende quem eu sou
Olhe para você agora, você está inteiro nas minhas mãos

Essa noite,eu sou uma estrela do rock
Essa noite,eu sou uma estrela do rock
essa noite eu sou uma estrela do rock

è apenas rock e roll
è apenas rock e roll
è apenas rock e roll

(Rock and Roll Star – OASIS)

sábado, 7 de setembro de 2013

Christian Gray

Para quem ainda não sabe, esse será o famoso machista espancador (digo, sádico) de 50 tons de cinza no cinema... Falo com essa displicência porque o livro (ou melhor, toda a trilogia) não passa disso- sexo sadomasoquista, sem história, sem nada mais... se o filme seguir no mesmo caminho será um "pornô autorizado para menores", já que provavelmente tentará abocanhar as órfãs de Crepúsculo...

Ahh, falando em Crepúsculo, o próximo post é sobre "16 Luas" que me surpreendeu de forma boa!!!

 CHARLIE HUNNAM

domingo, 4 de agosto de 2013

Esterilidade Transitória


Conhecimento é poder. Definitivamente, em diversos aspectos. Conhecimento permite ao indivíduo conseguir um emprego bom e assim, ter condições (financeiras, sim!) de viver melhor. Dinheiro faz diferença. Passeios à vontade, cultura, comida boa, plano de saúde... Conhecimento ainda permite controlar problemas emocionais, saber lidar melhor com o próprio cérebro e corpo... Mas, além do indivíduo, o conhecimento permite a cura de doenças, a criação de tecnologia para locomoção, abrigo, conforto, enfim, as facilidades da vida moderna. Infelizmente, o conhecimento é limitado no tempo.

Na prática, o poder do conhecimento permite uma vida melhor para quem o tem, entretanto, às vezes me pego filosofando: “Será que sou mais feliz do que o homem médio, sem plano de saúde, com um monte de filhos pra criar (como são férteis!) e sem a mínima ideia do que seja multiversos??” 

A felicidade é subjetiva e bastante individual, eu sei... E é verdade que a pessoa geralmente não sente falta do que nunca teve... então, as minhas facilidades podem não ser um aspecto importante para muitos e o fato de que conheço a teoria das cordas não faz a mínima diferença... Conhecimento é poder sim, mas só se continuar expandindo... existe um ponto de inutilidade, cujas informações servirão apenas para conexões futuras e essa fase estéril de simples reunião de informações pode ser frustrante...

domingo, 7 de julho de 2013

Sobre a menoridade penal

Escrevi esse artigo há alguns anos, mas continua atual.

Observação:  onde lê-se "FEBEM", hoje deve-se ler "fundação casa".


A população comovida vai às ruas, pedindo a diminuição da menoridade penal, representantes de grupos religiosos pedem a pena capital, ainda que sua posição ante ela fosse sempre absolutamente contrária. Nunca se viu tantos crimes praticados por adolescentes... ou será que nunca se noticiou tanto esses crimes? A força da “mídia” é conhecida por todos, mas raramente conseguimos perceber quando estamos sob a sua influência. É fácil criticar e apontar o lado nocivo da televisão, dos jornais, que possuem o poder de (de)formar opiniões, mas difícil é perceber quando nós, supostamente críticos, estamos sendo sugados por essa lavagem psicológica.
Pudemos presenciar nos últimos dias, como conseqüência do famigerado assassinato do casal de namorados, a aberração de certos juristas, pessoas teoricamente esclarecidas, defendendo a diminuição da menoridade penal, defendendo a punição de adolescentes infratores como maiores imputáveis. Há pouco tive o desprazer de saber que um advogado foi à televisão conceder uma entrevista para esclarecer a impossibilidade de aplicação da pena de morte no Brasil, pois sua proibição se encontra em cláusula pétrea da Constituição. O simples fato de juristas cogitarem a idéia de se estabelecer a pena de morte, induzidos pelo clamor social do assassinato tão explorado pelas TVs, já deveria causar um certo alarde naqueles que ainda mantém o seu juízo perfeito.
Indagações acerca da validade da pena de morte e da diminuição da menoridade penal sempre foram levantadas, mas nunca se chegou à sua aceitação, justamente porque ponderações foram feitas, o problema já cansou de ser discutido e nada, até o momento, levou à conclusão de que tais mudanças trariam reais benefícios à sociedade.
Não é um acontecimento, embora trágico, mas propositadamente super explorado, que deve nos levar a concluir por uma solução desse tipo. Os juristas, em especial, não podem se permitir tamanha indução, a ponto de corroborarem com as apelações insensatas da população que, evidentemente, se encontra absorta demais em lágrimas para raciocinar com a lógica necessária.
As mudanças legislativas devem ser feitas usando-se da razão e não da emoção, embora a emoção seja o seu impulso primeiro.
A solução para a “impunidade” dos adolescentes que cometem crimes bárbaros, diversos homicídios e ainda assim, saem livres quando completam 21 anos está escancarada à toda evidência, mas os juristas, como a população em geral, estão cegos e inclinados à solução mais banal e inútil que se encontra: a diminuição da idade penal.
A injustiça existe sim, um adolescente que comete diversos crimes (hipocritamente chamados atos infracionais, pois adolescente não comete crime na nossa legislação) não podem permanecer internados na FEBEM por

mais de 3 anos e, ainda que peguem os 3 anos permitidos, se forem recolhidos aos 20 anos, por exemplo, só ficarão 1 ano internados, pois com 21 anos, também não podem mais permanecer no local. A proteção concedida ao adolescente infrator chega a ser repulsiva em casos como do assassino do casal de namorados. Chega a ser enojante quando se escuta de um desses assassinos a frase “eu sou ‘de’ menor, posso te matar que não acontece nada”, e mais revoltante ainda é perceber que eles têm razão, não acontece nada, o máximo que pode acontecer é ficarem 3 anos recolhidos em alguma unidade da FEBEM e ao completarem 21 anos, voltarem às ruas.
Infelizmente a injustiça existe sim e é patente, mas a razão não pode ser dominada pela emoção e, acima de tudo, não pode ceder à solução mais rápida e fácil para o problema, amenizando a revolta momentânea, mas não repercutindo em nada para uma melhora do quadro social encontrado.
Mudar o código penal, diminuindo a idade em que um adolescente pode ser condenado à prisão, como um adulto, não é difícil... mas também não resolve o problema. Mandar um adolescente para a FEBEM é medida de último caso, como a própria lei determina, justamente porque todos sabemos as más influências a que está sujeito lá dentro; mandar um adolescente para a cadeia é colaborar com o aumento dessa influência negativa que fatalmente lhe atingirá. Se a FEBEM já constitui escola do crime para alguns adolescentes, a cadeia será a graduação. Diminuir a idade com que o adolescente pode ser preso é aumentar as chances de criarmos adultos especializados no crime.
A solução não é tratar o adolescente como adulto, mas considerarmos a sua condição de pessoa em desenvolvimento, sem, contudo, amenizar a punição por seus atos, como se vem fazendo, através do Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA é o foco em que deveriam ser centralizadas as mudanças e não o código penal. O adolescente que comete ato infracional deveria ser condenado a quantos anos fossem necessários para sua recuperação e punição (objetivos da pena), o limite de 3 anos deveria ser abolido, pois aí sim reside a maior injustiça da legislação brasileira e a verdadeira impunidade. O infrator brutal, frio, calculista deve ser punido com o braço forte da justiça, mas sem deixar de ser tratado como menor. A evidente solução seria mantê-lo internado na FEBEM até que complete 21 anos de idade, sendo transferido, então, para uma cadeia pública, onde possa terminar de cumprir a pena imposta. Desse modo, sua condição de pessoa em desenvolvimento não seria ignorada, pois receberia o tratamento “especial” enquanto menor, com o Estado zelando pelo seu aperfeiçoamento intelectual, fornecendo trabalho nas unidades, cursos profissionalizantes, tudo exatamente como manda a lei (digo isto com pesar, pois todos sabemos como a realidade se distancia da ficção legislativa) e, após atingir a idade adulta, seria tratado como tal, sendo transferido para a prisão.
Agindo dessa forma, estaríamos mantendo os princípios consagrados na nossa legislação, do respeito à condição especial do adolescente, mas deixando de beneficiar criaturas como o assassino de que tanto se tem falado, permitindo que esse indivíduo permaneça internado por ínfimos 3 anos, saindo substancialmente impune pelos atos conscientemente praticados.
O pensamento lógico e racional é o grande diferencial do ser humano, em relação às demais criaturas viventes... está na hora de pararmos de agir como animais,  pregando a vingança cega e aplicarmos nosso maior atributo, direcionando nossos esforços para a solução real, do problema tão sério que nos foi colocado.

E que a justiça seja feita!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

RAPIDINHA

Olá queridos!!

Para quem interessar, segue abaixo minha entrevista "rapidinha" pra rádio Roquette Pinto do Rio de Janeiro sobre meu novo livro "COMO VENCER O TRANSTORNO DO PÂNICO"

ENTREVISTA Como Vencer o Transtorno do Pânico

Lembrando que eu estava gripadinha, então minha voz está um pouco pior do que o normal...rs

domingo, 2 de junho de 2013

Como vencer o TRANSTORNO DO PÂNICO

Pessoal, como muitos sabem, já sofri um bocado com o famigerado transtorno do pânico... Após anos de pesquisa sobre o assunto, escrevi um livro repassando as técnicas que aprendi para superar esse probleminha tão chato!!

Minha intenção é ajudar o máximo de pessoas possível com esse livro, pois o maior problema desse transtorno é a DESinformação! 

Como eu sempre digo, CONHECIMENTO É PODER! E só com muito conhecimento é possível vencer o pânico!!

    Para quem interessar, o livro está disponível em formato normal e e-book no site Clube de Autores:

http://www.clubedeautores.com.br/book/146029--Como_Vencer_o_Transtorno_do_Panico


APRENDA, SEJA FELIZ, COMPARTILHE!!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

"Se Bia falasse..."


Pessoal, quero indicar um livro da brasileira Ana Dantas sobre um tema que amo de paixão!! GATOS!!! E o melhor, a história é bem parecida com algo que vivenciei! Meu gatão preto e branco desde que apareceu da rua, se chama “Gatão”, mas eis que um belo dia, descobrimos que ele era ELA! Só que diferente do livro, não mudei seu nome... já estava tão acostumada a chamá-la de gatão que ficou! Acho que ela não liga, pois sempre que eu chamo,  vem correndo me agradar!!! Kkkkkk

Compartilhar o amor com um bichano é das maiores alegrias da vida!

Leiam as primeiras páginas do livro em:


“Se Bia Falasse... é o primeiro livro infanto-juvenil de Ana Dantas que faz parte de uma trilogia que tem como tema a adoção, usando como pano de fundo a relação entre os seres humanos e os animais.

Na trama, Vitória conta como Bia conquistou a sua mamãe e deixou de ser gata de rua para se tornar a dona de um belo apartamento. Mas a confusão se dá quando a mamãe de Vitória acredita que a gata é um macho e dá o nome de Léo. Com o tempo, ela descobre que Léo é uma linda fêmea e, pior, está grávida. Grávida de seis lindos filhotes. E agora o que fazer?

Baseada em fatos reais, Se Bia Falasse... é pura ficção, ou talvez quem sabe, uma biografia romanceada às avessas. Uma leitura envolvente que mais entretém do que educa o leitor de forma suave, emocionante, encantadora e muito critica. Um livro agradável para quem gosta de animais, aventuras e tem muita imaginação.“
  
PS- enquanto escrevo esse post, adivinhem quem está ronronando no meu colo?? rsrs

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A bíblia e a civilização (moderna)


     Se formos levar a sério o Deus da Bíblia, devemos admitir que Ele nunca nos dá a liberdade para seguiros mandamentos dos quais gostamos e negligenciar os demais. Ele tampouco nos diz que podemos relaxar nas penalidades que Ele impôs por desrespeitá-los. (mas é exatamente isso que os crentes moderno/liberais fazem quando desprezam as partes "ruins" da bíblia e se apegam somente às partes "boas")

     A ideia de que a Bíblia é o guia perfeito para a moralidade é simplesmente espantosa em vista do conteúdo do livro. Não há dúvida de que o conselho de Deus para os pais é direto e claro: sempre que os filhos saem da linha,devemos bater neles com uma vara ( Provérbios 13,24; 20,30; e 23,13-14). Se eles tiverem a pouca- vergonha de nos responder com insolência, devemos matá-los (Êxodo 21,15, Levítico 20, 9, Deuteronômio21,18-21, Marcos 7, 9-13, Mateus 15, 4-7) Também devemos apedrejar pessoas até a morte por heresia, adultério, homossexualismo, por trabalhar no sábado, adorar imagens, praticar feitiçaria e mais uma ampla variedade de crimes imaginários. 

Muitos cristãos acreditam que Jesus acabou com toda essa barbárie, e pregou uma doutrina de puro amor e tolerância. Mas não foi assim. Em vários pontos do Novo Testamento se pode ler que Jesus confirmou integralmente a lei do Velho Testamento.

Porque em verdade vos digo até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois,que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Mateus 5, 18-20 

     Os apóstolos repetiram várias vezes esse tema (por exemplo, veja 2 Timóteo 3, 16-17). É verdade, claro,que Jesus disse coisas profundas sobre o amor, a caridade e o perdão. A Regra de Ouro é realmente um preceito moral maravilhoso. Mas numerosos mestres já deram essa mesma orientação séculos antes de Jesus (Zoroastro, Buda, Confucio,Epicteto...), incontáveis escrituras discutem a importância do amor que transcende o próprio eu de maneira mais articulada do que a Bíblia, sem serem maculadas pelas obscenas celebrações de violência que encontramos em abundância tanto no Velho como no Novo Testamento. 

     Se você acha que o cristianismo é a expressão mais direta e pura de amor e compaixão que o mundo já viu, é porque não conhece bem as outras religiões.
    
      Mahavira, o patriarca jainista, superou a moralidadeda Bíblia como uma única frase: 

     “Não ferir, abusar,oprimir, escravizar, insultar, atormentar, torturar ou matar nenhuma criatura ou ser vivo”. 

     Imagine como o nosso mundo poderia ser diferente se a Bíblia contivesse essa frase como preceito central. Os cristãos abusaram, oprimiram, escravizaram,insultaram, atormentaram, torturaram e mataram pessoas em nome de Deus durante séculos, com base em uma leitura teologicamente defensável da Bíblia.
Como, então, você pode argumentar que a Bíblia oferece a expressão mais clara de moralidade que o mundo já viu?

     Se é verdade que os missionários fazem muitas coisas nobres, com grandes riscos para si mesmos,o fato é que seu dogmatismo dissemina a ignorância e a morte. Em contraste, voluntários de organizações seculares, como a Médicos Sem Fronteiras, não desperdiçam tempo algum falando com as pessoas sobre o nascimento virginal de Jesus. Tampouco dizem à população da África subsaariana - onde quase 4 milhões de pessoas morrem de AIDS a cada ano — que é pecado usar camisinha. Sabe-se de casos em que missionários cristãos pregaram que usar preservativo é pecado, em localidades onde não há nenhuma outra informação acerca do assunto. Esse tipo de crença é genocida. 

     Também podemos nos perguntar, de passagem, o que é mais moral: ajudar as pessoas puramente pela preocuparão com o sofrimento delas, ou ajudá-las porque você acha que o criador do universo vai recompensá-lo por isso?

     Embora você acredite que acabar com a religião é um objetivo impossível, é importante perceber que ele já foi alcançado por boa parte do mundo desenvolvido. Noruega, Islândia, Austrália, Canadá, Suécia, Suíça,Bélgica, Japão, Holanda, Dinamarca e o Reino Unido estão entre as sociedades menos religiosas da Terra. De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (2005), essas sociedades também são as mais saudáveis, segundo os indicadores de expectativa de vida, alfabetização, renda per capita, nível educacional, igualdade entreos sexos, taxa de homicídios e mortalidade infantil. 

     Os EstadosUnidos são o único país, entre as democracias ricas,com alto nível de adesão à religião; e também o que mais sofre com altos índices de homicídio, aborto,gravidez adolescente, doenças sexualmentetransmissíveis e mortalidade infantil. 

     Os países com altos níveis de ateísmo também são os mais caridosos, em termos da porcentagem de sua riqueza que dedicam a programas internos de bem estar social e ajuda aos países pobres.  (www.globalissues.org/TradeRelated/Debt/USAid.asp#ForeignAidNumbersinChartsandGraphs;www.oecd. org)

     Religiosos liberais e moderados em vez de dizer que acreditam em Deus porque determinadas profecias bíblicas se realizaram,ou porque os milagres narrados nos evangelhos são convincentes, costumam falar nas boas consequências de se acreditar, tal como eles acreditam. Esses crentes muitas vezes dizem que acreditam em Deus porque isso “dá sentido às suas vidas”. 
     
     Quando um tsunami matou centenas de milhares de pessoas no dia seguinte ao Natal de 2004, muitos cristãos conservadores viram nessa catástrofe uma prova da ira divina. Aparentemente, Deus estava enviando mais uma mensagem em código sobre os males do aborto, da idolatria e do homossexualismo.

     A teologia da ira tem muito mais imérito intelectual. Se Deus existe e tem um interesse nos assuntos dos seres humanos, sua vontade não é inescrutável. Aqui a única coisa inescrutável é que tantos homens e mulheres, que em outros aspectos são racionais, conseguem negar o horror implacável desses acontecimentos e julgar que esse é o ápice da sabedoria moral.

     Nós decidimos o que é bom no “Bom Livro”. Lemos a Regra de Ouro e achamos que ela desfila, de maneira brilhante, muitos de nossos impulsos éticos. E, em seguida, encontramos mais um dos ensinamentos de Deus sobre a moral: se um homem descobrir, em suanoite de núpcias, que sua noiva não é virgem, ele develevá-la até a soleira da porta do pai dela e apedrejá-laaté a morte (Deuteronômio 22,13-21). 
Se somos civilizados, rejeitaremos isso como o ato mais lunático e mais vil que se possa imaginar. Mas para isso precisamos exercer nossa própria intuição moral. Acreditar que a Bíblia é a palavra de Deus não nos ajuda de maneira alguma.

     Já é hora de reconhecermos que é uma verdadeira desgraça que os sobreviventes de uma catástrofe acreditem que foram poupados por um Deus amoroso, enquanto esse mesmo Deus afogava bebês em seus berços.  Já é hora de reconhecermos o ilimitado narcisismo e auto-engano desses que foram salvos.

     E claro que pessoas de todas as religiões sempre garantem umas às outras que Deus não é responsável pelo sofrimento humano Mas, então, como compreender a afirmação de que Deus é, ao mesmo tempo, onisciente e onipotente? Esse é o problema antiquíssimo da teodiceia, é claro, e devemos considerá-lo solucionado. Se Deus existe, ou Ele não pode fazer nada para impedir as mais terríveis calamidades, ou então Ele não tem interesse nisso. Portanto, ou Deus é impotente, ou então é mau. Você pode agora ser tentado a executar a seguinte pirueta: 

     Deus não pode ser julgado pelos critérios humanos de moral. Mas já vimos que os critérios humanos de moral são exatamente aqueles que você utiliza para afirmar a bondade de Deus. E qualquer Deus que se preocupe com coisas tão triviais como o casamento gay, ou o nome pelo qual Ele deve ser chamado nas orações, não é tão inescrutável assim.

Do livro: "Carta a uma nação Cristã" - Sam Harris

sexta-feira, 10 de maio de 2013

PARA RIR OU CHORAR!!

Vivemos em uma democracia, uma república, mas as pessoas confundem democracia com "a vontade da maioria" e isso não é verdade. 

A MINORIA tem direitos dentro da democracia, em especial se levarmos em consideração que o mundo só evolui por conta da minoria que passa pela história.

O que seria de nós sem a penicilina de Fleming, sem a mecânica quântica de Faraday (base para o laser, o microscópio ou a ressonância magnética), o que seria de nós sem os aparelhos eletrônicos de Einstein (física quântica)? Ou melhor dizendo: o que seria de nós sem Fleming, sem Faraday e sem Einstein??? 

São poucos seres humanos brilhantes que contribuem para a evolução da coletividade. 
Assim, nada mais justo que homenagear essas poucas mentes brilhantes que seguem bravamente suportando a coletividade!!! rsrs


Para quem interessar possa, segue um texto excelente sobre a contribuição de Einstein e outras minorias brilhantes para a sociedade moderna: 
http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/do-laboratorio-para-a-fabrica/as-digitais-de-einstein-em-nosso-cotidiano

domingo, 28 de abril de 2013

UTILIDADE PÚBLICA - Como comandar o seu país


UTILIDADE PÚBLICA
Aprendendo a comandar o país como cidadão!

Ser cidadão (exercer o direito da cidadania) não é apenas votar, mas PARTICIPAR DO ESTADO DEMOCRÁTICO que significa Estado DO POVO. O povo brasileiro tende a esquecer quem realmente manda nesse país... não é porque os nossos REPRESENTANTES estão aparentemente no poder, que eles comandam. Certo, eles foram eleitos por nós para nos representar, mas o poder não é deles, é do povo, que tem suas ferramentas para fazer valer sua vontade, mesmo quando os representantes não se importam com ela.
Outro problema no Brasil é que os cidadãos só se lembram que são detentores do poder em ocasiões limítrofes... quando o país já está no fundo do buraco e algumas perdas não podem mais ser recuperadas (impeachment do Collor, mensalão, etc.) então, precisamos saber quais são as ferramentas que temos para fazer valer nossa vontade, antes mesmo que manifestações de “cara pintada” sejam necessárias...
Por isso, passo a listar algumas dessas ferramentas que o cidadão dispõe para PARTICIPAR ATIVAMENTE no seu país, sem depender dos corruptos que colocamos no poder para nos representar.

INICIATIVA POPULAR DE LEI

É literalmente o poder nas mãos do povo.

Sabemos que o país funciona com base nas leis. É lei dizendo com quantos anos você pode se aposentar, lei dizendo quanto vale o salário mínimo, lei dizendo se você pode devolver o liquidificador na loja, lei dizendo se você pode educar seu filho com palmadas ou só com palavras. O país e o mundo funcionam através das leis. E, infelizmente, não é mais possível fazer como antes, quando as cidades eram menores e as pessoas ainda conseguiam se reunir nas praças e resolver se querem a lei assim ou assado. 
Infelizmente, hoje só é possível criarmos leis para regerem a NOSSA PRÓPRIA VIDA, através dos vereadores, deputados e senadores que colocamos no poder (nossos representantes). E, muitas vezes, ao invés desses representantes fazerem leis que beneficiam o povo (a quem eles devem obediência), elas podem ser mais prejudiciais do que benéficas.
Então, essa é uma oportunidade do POVO falar SEM REPRESENTAÇÃO e impor sua vontade (que é a única que deveria prevalecer em um país que se diz democrático).

Para propor uma lei federal (que vale para o país inteiro), a reunião das pessoas também deve ser pelo país inteiro, por isso é necessário que alguém escreva o texto da lei e esse texto (chamado de projeto de lei) deve ser assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos 5 Estados, com 3/10% dos eleitores de cada um desses Estados. (artigo 61, parágrado 2º da Constituição Federal)

OU SEJA, se o Brasil tem 140 milhões de eleitores, 1% disso seria 1 milhão e 400 mil eleitores. Esses 1.400.000 eleitores precisam estar divididos em 5 Estados diferentes, então, não adianta pegar 1.400.000 assinaturas no mesmo Estado.

Sim, eu sei, não é fácil propor um projeto de lei em nível federal. MAS, ainda existe a possibilidade de fazer o mesmo no seu Estado ou cidade.

Para o Estado de SP, o projeto de lei pode ser apresentado à Assembléia Legislativa (tipo o Congresso Nacional, mas que vota leis somente de interesse do Estado) com assinatura de 1% do eleitorado do Estado.

Se o Estado de SP tem 30 milhões de eleitores, basta a assinatura de 300 mil eleitores e você já consegue levar para discussão uma lei de sua autoria! Essa lei precisa ser de interesse local (lembre-se, as leis são feitas para a coletividade), mas é uma forma da população exercer seus direitos!

Para apresentar um projeto de lei de interesse do seu município, basta conseguir a assinatura de 5% dos eleitores da cidade e levar até a Câmara Municipal para ser apreciada! (artigo 29, XIII da CF)

REFERENDO E PLEBISCITO NO ESTADO DE SÃO PAULO

O referendo é a manifestação popular dizendo se concorda com uma lei, já aprovada pelo legislativo, dizendo se ela pode entrar em vigor ou não (se ela vai valer ou não).

No caso de referendo NACIONAL, infelizmente, só o Congresso Nacional pode determinar que aconteça, mas, em matéria de lei ESTADUAL ou MUNICIPAL, o cidadão pode PEDIR a realização do referendo.

No Estado de SP, para pedir a realização de referendo sobre determinada lei, basta que 1% do eleitorado peça oficialmente para a Assembléia Legislativa (Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera - São Paulo - CEP 04097-90). Esse 1% de eleitores deve estar dividido em 5 dos 15 maiores municípios do Estado, então se for começar a pegar assinaturas, vá direto onde interessa – SP, Guarulhos, Campinas, São Bernardo, Santo André, Ribeirão Preto, Sorocaba, Santos, Mogi das Cruzes... (artigo 20, parágrafo 3º da Constituição ESTADUAL).

Para saber como funciona no seu município, basta procurar o tema REFERENDO na Lei Orgânica da sua cidade (município não tem Constituição)

O plebiscito é a manifestação popular ANTES de qualquer lei ser aprovada sobre determinado assunto.
Nesse caso você não verá uma lei aprovada sobre o tema, mas saberá que ele pode ser discutido (para virar uma lei), seja porque o tema está nos jornais, seja porque ele tem relevância social. No Estado de SP também é possível pedir a realização de um plebiscito (discussão pública sobre um determinado assunto, decidindo se ele deve virar lei e como será essa lei). O pedido é dirigido ao Tribunal Regional Eleitoral (rua Francisca Miquelina, 123, Bela Vista em São Paulo/SP), também assinado por 1% dos eleitores do Estado.

AÇÃO POPULAR

Qualquer cidadão pode propor Ação Popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

patrimônio público = bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico.

ATENÇÃO- você tem o prazo de 5 anos para entrar com a ação, a partir do momento do ato lesivo.

Perceba que você não paga para entrar com essa ação! Só precisa de advogado, mas se você não puder pagar um, peça a nomeação de um defensor gratuito.
A lei de improbidade administrativa (8429/92) elenca quais são os atos contra a moralidade administrativa que o cidadão pode pleitear a anulação:

-  auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego público, POR EXEMPLO:
  - receber comissão, gratificação ou presente de quem tenha interesse em ato do agente público;
      
 - Utilização de equipamentos públicos com fins particulares, que ocorre no caso de funcionário público que asfalta seu sítio com trator oficial, de uso de carro público para ir a um show ou ao cabeleireiro ou ainda, utilizar dos serviços dos outros contratados públicos para fins particulares.
     - receber vantagem econômica para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
    - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
  - receber vantagem econômica para deixar de fazer algo que esteja obrigado;
      
       Constitui, ainda, ato de improbidade administrativa ação ou omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens públicos, POR EXEMPLO:
  
    - doar ao particular, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio público, sem determinação legal;
- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
    
     Constitui, também, ato de improbidade administrativa violar os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, POR EXEMPLO:
     - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
    - negar publicidade aos atos oficiais;
    - frustrar a licitude de concurso público;
     - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
    - quando o político diz para seu parente “compre uma casa no bairro tal porque vou aprovar a instalação de um supermercado lá e o terreno vai valorizar”, mas ninguém sabe disso ainda, então o parente do Prefeito será beneficiado com essa informação privilegiada.

QUANDO OCORREREM ESSES ATOS, O CIDADÃO PODE PEDIR:
1-           A anulação do ato lesivo (ao patrimônio público, ao meio ambiente, etc)
2-           indenização pelo prejuízo causado à sociedade


Para esses atos também existem as punições de perda da função pública ou suspensão dos direitos políticos (não pode ser eleito por 3 a 8 anos, conforme o caso). Mas, essas penas só podem ser pedidas pelo Ministério Público em outra ação (ação civil pública que veremos adiante), MAS, como também veremos, qualquer pessoa pode denunciar ao Ministério Público para que o promotor investigue e eventualmente peça a aplicação dessas penas.

Os cidadãos precisam começar a utilizar essa AÇÃO para os objetivos que ela foi criada, ou seja, PROTEGER A COLETIVIDADE!!!  Abaixo cito alguns exemplos de ação popular que correram no Judiciário:

AÇÃO POPULAR - Pagamento de décimo terceiro salário a VicePrefeito - Inadmissibilidade - Ato lesivo ao patrimônio público municipal – O agente político, exerce mandato eletivo, possuindo vínculo de natureza política e temporária com o Poder Público e não guarda direito ao recebimento do 13° salário. Recursos improvidos. (TJ/SP, 7ª Câmara de Direito Público, Apelação Com Revisão nº 6604005800, Rel. Des. Walter Swensson, julg. 08/09/2008).
AÇÃO POPULAR – descumprimento de contrato. Para impedir o pagamento do restante do contrato firmado entre o Município de Teresópolis e a empresa contratada para realização de obras de terraplenagem, drenagem e melhorias da estrada no interior do município, em razão de não ter feito nada disso. SUSPENSÃO DO PAGAMENTO CONCEDIDA. (Apelação Cível nº 0002460-40.1998.8.19.0061 TJRJ)
AÇÃO POPULAR – contra contratação de funcionários sem concurso público.
O concurso público é requisito necessário ao ingresso em cargo ou emprego público ... A contratação sem concurso público deve ser realizada excepcionalmente...As contratações objeto da presente não se enquadram em nenhuma das hipóteses citadas, tendo em vista que realizadas visando atividades permanentes que deveriam, ser desempenhadas por servidores do Município. Ressalte-se que alguns desses cargos são de médicos, serventes, operadores de computadores, guardas municipais, dentistas... Correta a sentença no que diz respeito a devolução da verbas indevidamente desviadas do Erário Público, já que alguns dos vencimentos pagos aos agentes contratados diretamente eram bem superiores aqueles pagos aos servidores efetivos que realizavam as mesmas funções, devendo tal diferença ser ressarcida aos cofres públicos.( 0000289-06.2002.8.19.0018 – APELACAO TJRJ)

AÇÃO POPULAR - contra NEPOTISMO. SERVIDORES QUE MANTÊM UNIÃO ESTÁVEL, SENDO OCUPANTES DE CARGO EM COMISSÃO NO ÂMBITO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL DE ANGRA DOS REIS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA VINCULANTE Nº 13,
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal." DO STF. (0053274-88.2011.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa  DES. JORGE LUIZ HABIB - Julgamento: 17/04/2012 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL, TJRJ)

Ação Popular - para determinar a exoneração dos assessores parlamentares da Câmara Municipal de Angra dos Reis cujos vencimentos ultrapassem os limites legais. (0060763-16.2010.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 2ª Ementa  DES. KATYA MONNERAT - Julgamento: 14/03/2012 - SETIMA CAMARA CIVEL, TJRJ)

AÇÃO POPULAR – contra obra pública de baixa qualidade. LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E AO ERÁRIO PÚBLICO. TRIBUNAL DE CONTAS.
1. Se demonstrada a liberação excessiva de valores públicos sem a correspondente entrega da obra pública contratada, torna-se notória a lesão ao patrimônio e ao erário público.
2. De igual modo, a entrega de obra pública de baixa qualidade também evidencia a lesão ao patrimônio e ao erário público.
3. É cediço que eventual aprovação da prestação de contas de uma obra pública pelo setor administrativo do Poder Executivo ou pelo Tribunal de Contas não obsta a apreciação judicial da regularidade da obra e de eventual lesão ao patrimônio público.(APELAÇÃO CÍVEL Nº 26040018827, TJES)

As opções de ação popular são inúmeras!!!! RESUMINDO, se tiver algo errado com a sua cidade, seja no âmbito político ou ambiental, você pode defendê-la através dessa ação, sem custo nenhum!


MINISTÉRIO PÚBLICO e DEFENSORIA PÚBLICA

Se você não quiser entrar diretamente com a ação popular, ainda pode recorrer ao promotor ou defensor público.
No interior do Estado de SP ainda não existe defensoria pública, mas nas grandes cidades, ela tem o mesmo poder que o promotor para propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
Então, se você quer que o promotor ou o defensor público (onde houver) investigue algum ato contra o meio ambiente, o consumidor, bens históricos, artísticos ou qualquer direito da coletividade (aqui incluída a moralidade administrativa, como na ação popular), você pode se dirigir até o Ministério Público ou a Defensoria Pública e pedir oficialmente que eles investiguem!

É seu direito como cidadão e se o promotor ou defensor não fizer nada, você pode reclamar para o superior, no caso do promotor, você pode fazer uma denúncia ao Conselho Superior do Ministério Público mandando email para cgmp@mp.sp.gov.br ou ouvidoria@mp.sp.gov.br, por telefone: (11) 3119-9700 - 3119-9175 - 3119-9365.

Lembre-se que é um DIREITO SEU pedir que o promotor investigue e um DEVER DELE investigar qualquer ato lesivo ao meio ambiente, patrimônio público, moralidade administrativa...


ENFIM, se você conseguiu ler até aqui, mesmo não sendo da área do Direito, meus parabéns! Você quer ser um cidadão ativo e lutar pelos seus direitos, ao invés de ficar só reclamando que não pode fazer nada contra os políticos corruptos e pela sua cidade... FAÇA VALER SEUS DIREITOS!!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

REVOLTA CONSTITUCIONAL

Peço licença aos meus queridos leitores que não são da área do Direito, para falar um pouco sobre a Constituição Federal... (afinal, sobre isso todos que estão no território nacional devem ou deveriam se interessar)

Adoro estudar direito Constitucional, mas ultimamente tenho ficado com mais raiva do que prazer.
Agora estou me atentando ao excesso de regalias que a Constituição brasileira dá aos estrangeiros, em detrimento de brasileiros! Digo em detrimento porque, embora beneficiar estrangeiros aparentemente não nos faça mal algum, na prática, acabam entupindo nosso Judiciário e Executivo com atividades burocráticas que visam exclusivamente o estrangeiro, tirando o tempo que poderiam estar usando pra resolver problemas internos!!!

Um exemplo absurdo é o processo de extradição... O Brasil admite a extradição (mandar o brasileiro naturalizado ou o estrangeiro para responder a processo ou cumprir pena em outro país), mas uma das condições é que o extraditando só poderá ser julgado no outro país pelo delito objeto do pedido de extradição OU se o país quiser julgar por outro delito também, precisa pedir autorização para o STF... Será possível que o STF vai ficar correndo atrás de ver se o estrangeiro tá sendo julgado por esse ou aquele crime depois que foi extraditado!?! Que perda de tempo é essa??? 

Defender direitos humanos é uma coisa, ser candidato a santo é outra!!! Já temos tantos problemas internos com que nos preocupar e a lei ainda fica querendo se estender injustificadamente para o exterior?
Com todo respeito merecido à Constituição, mas certas práticas não tem cabimento num país com tantos problemas como o nosso...

MAS, em um país onde se pretende seriamente retirar o poder do Judiciário de julgar, submetendo suas decisões ao sabidamente corrupto Congresso Nacional, TUDO É POSSÍVEL...

Acho que vou aproveitar meus estudos sobre nacionalidade e ver se posso trocar a minha!

domingo, 14 de abril de 2013

Para Roma com Amor


Para quem gostou de “Meia Noite em Paris”, o filme “Para Roma com Amor”, também do Woody Allen, será igualmente prazeroso!

Nunca gostei do Allen por achá-lo um ator medíocre, MAS, como escritor e diretor tenho que voltar atrás! Ele realmente consegue criar histórias únicas! Sendo em Paris e Roma então, difícil resistir!!

Aparentemente, Paris e Roma atraem esse astro do cinema, assim como metade da população mundial... e com muita perspicácia ele nos mostra que nessas lindas cidades, todos os sonhos podem se realizar!!!!! 

RECOMENDADÍSSIMO!!!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Apenas SEJA!




Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda

sábado, 6 de abril de 2013

Minhas impressões de "Análise da Inteligência de Cristo" - Augusto Cury


Acabei de ler o primeiro livro da “Análise da Inteligência de Cristo” de Augusto Cury e gostei. Discordo em alguns trechos da forma como ele encara Jesus, mas achei produtivo no sentido de que traz argumentos bons pra respaldar a real existência de Jesus (não como filho de Deus, mas como personagem histórico).
Acho que todo agnóstico já se perguntou sobre a real existência de Jesus ou  se tudo não passa de um personagem de ficção. Augusto Cury aponta características da personalidade de Jesus que não poderiam ser criadas em um personagem fictício, pela pobreza intelectual dos escritores da época. Isso é um bom argumento.
Ele começa o livro dizendo:
“Investigar com critério aquilo que se vê e ouve é respeitar a si mesmo e a sua própria inteligência. Se alguém não respeita a sua própria inteligência não pode respeitar aquilo em que acredita. Não deveríamos aceitar nada sem antes realizar uma análise crítica dos fenômenos que observamos.”
Certíssimo! Não é porque se estabeleceu que algo é a verdade absoluta que isso não deva ser analisado intelectualmente.
Diz ainda: “A maioria dos ateus fundamentou seu ateísmo não em um corpo de idéias profundo sobre a existência ou não de Deus. Seu ateísmo era resultado da indignação contra as injustiças, incoerências e discriminações sociopolíticas cometidas pela religiosidade reinante em determinada época... A maioria dos ateus possuía e possui um ateísmo social, um “sócio-ateísmo”, alicerçado na anti-religiosidade, e não numa produção de conhecimento inteligente, descontaminada de distorções intelectuais, de paixões ateístas e tendencialismos psicossociais sobre a existência ou não de Deus.
Concordo. A maioria dos ateus se convenceu da inexistência de Deus em razão das atrocidades religiosas passadas e presentes. Mas, algo importante a se destacar é que ser contra religião não significa ser ateu!
Um argumento bom do livro:
“Se Cristo fosse fruto da imaginação dos seus biógrafos, eles não apenas teriam riscado os dramáticos momentos de hesitação que tiveram, mas também teriam riscado dos seus escritos a dramática angústia  que o próprio Cristo passou na noite em que foi traído, no Getsêmani. A descrição da dor de Cristo é uma evidência de que ele não era uma criação literária. Não viveu um teatro; o que ele viveu foi relatado.
Eles também não teriam silenciado a Cristo quando ele estava diante do julgamento dos principais sacerdotes e políticos. Pelo contrário, teriam colocado respostas brilhantes em sua boca. Cristo falou palavras sábias e eloqüentes que deixavam até as pessoas mais rígidas pasmadas. Porém, quando Pilatos, intrigado, o interrogava, ele se calou. No momento em que Cristo mais precisava de argumentos, ele preferiu se calar. Com a sua inteligência, poderia se safar do julgamento.
A criatividade intelectual não consegue criar uma personalidade que possui uma inteligência requintada e, ao mesmo tempo, tão despojada e humilde.” (pelo menos não a daquele tempo)

Outro argumento bom sobre a real existência de Jesus:
“Durante alguns anos eu pensava que as pequenas diferenças existentes nas passagens comuns dos quatro evangelhos diminuíam a credibilidade deles. Com o decorrer da minha análise, compreendi que essas diferenças também eram importantes para atestar a existência de Cristo. Compreendi que as suas biografias não procuravam ser cópias umas das outras. Eram resultado da investigação de diferentes autores em diferentes épocas sobre alguém que possuía uma história real.
Os evangelhos são quatro biografias “incompletas” produzidas, em tempos diferentes, por pessoas que foram cativadas pela história de Cristo.”


“É difícil encontrar alguém capaz de nos surpreender com as características de sua personalidade, capaz de nos convidar a nos interiorizar e repensar nossa história. Alguém que diante dos seus focos de tensão, contrariedades e dores emocionais tenha atitudes sofisticadas e seja capaz de produzir pensamentos e emoções que fujam do padrão trivial. Alguém tão interessante que seja capaz de perturbar nossos conceitos e paradigmas existenciais.”(mais difícil ainda reproduzir um personagem assim, especialmente naquele época)

Então, após argumentar sobre a real existência de Jesus na historia, ele passa a apontar seus ensinamentos para, talvez (isso não fica claro), comprovar a sua existência divina. Aqui eu discordo dos propósitos, mas concordo com os ensinamentos.

Uma das lições de Jesus era contra a ansiedade:
“Governamos o mundo exterior, mas temos enorme dificuldade para gerenciar nosso mundo interno, o dos pensamentos e das emoções. Somos subjugados por necessidades que nunca foram prioritárias, subjugados pelas paranóias do mundo moderno: do consumismo, da estética, da segurança. Assim, a vida humana, que deveria ser um espetáculo de prazer, torna-se um espetáculo de terror, de medo, de ansiedade...Ao longo de quase duas décadas pesquisando o funcionamento da mente humana, compreendi que não há ser humano que não tenha problemas no gerenciamento dos seus pensamentos e emoções, principalmente diante dos focos de tensão... O maior desafio da educação não é conduzir o homem a executar tarefas e dominar o mundo que o cerca, mas conduzi-lo a liderar seus próprios pensamentos, seu mundo intelectual.
Cristo tanto prevenia a ansiedade como discursava sobre o prazer de viver. Dizia: “ Olhai os lírios dos campos”

O que mais me chama a atenção no livro é o conhecimento do autor (psiquiatra) sobre o pensamento humano. Ele diz que as pessoas se recordam mais dos fatos com cunho emocional do que de palavras. E Jesus tinha noção disso, pois procurou falar menos e fazer mais. (especialmente considerando que ninguém escrevia sua história enquanto ela acontecia, mas algum tempo depois, através de testemunhos e lembranças)
“O passado não é lembrado, mas reconstruído. As recordações são sempre reconstruções do passado, nunca plenamente fiéis, apresentando às vezes micro ou macrodiferenças. A memória não é um sistema de arquivo lógico, uma enciclopédia de informações, nem a inteligência humana funciona como uma retransmissora dessas informações. A memória funciona como um canteiro de dados para que o homem se torne um construtor de pensamentos. Cristo tinha consciência disso, pois usava a memória como trampolim para expandir a arte de pensar. Estava sempre estimulando os seus discípulos a se interiorizar e a se repensar. Registramos de maneira mais privilegiada as experiências que tiverem mais conteúdo emocional, seja ele prazeroso ou angustiante, por isso temos mais facilidade de recordar as experiências mais marcantes de nossas vidas, tanto as que nos causaram alegrias como aquelas que nos frustraram.”

O autor enfatiza outra lição de Jesus, contra o preconceito:
“Quem conhece minimamente a grandeza e a sofisticação do funcionamento da mente humana vacina-se contra a ditadura do preconceito. As biografias de Cristo evidenciam que ele era uma pessoa aberta e inclusiva. Não classificava as pessoas. Ninguém era indigno de se relacionar com ele, por pior que fosse seu passado...A mulher samaritana ficou extasiada com a gentileza e a proposta inusitada de Cristo. Isso era demais para uma pessoa tão discriminada socialmente. Talvez nunca alguém lhe tenha dado tanta atenção e se preocupado se ela era uma pessoa feliz ou não. Todos a julgavam pelo seu comportamento, mas ninguém provavelmente havia investigado o que se passava no seu íntimo. Por isso, de repente, ela largou o seu cantil de água, esqueceu-se de sua sede física, saiu da presença de Cristo e correu para a sua aldeia animada e alegre. Parecia que a solidão, a angústia e o isolamento que a encarceravam e geravam uma intensa sede psíquica foram rompidos. Ela contou a todos da sua pequena cidade o diálogo incomum que teve com Cristo.”
É lindo ver que Jesus considerava o ser humano, independente de preconceitos e naquele tempo isso foi mesmo um divisor de águas, pois a sociedade era altamente impregnada de preconceitos. Acontece que a lição de Jesus não sobrevive ao resto da bíblia... mesmo no novo testamento, quando as pessoas já tiveram acesso aos ensinamentos de Jesus, o preconceito contra homossexuais, por exemplo, continua vivo. E nas passagens da bíblia em que se lê sobre relações entre dois homens (naquela época ainda não existia o termo “homossexual”, portanto, se sua bíblia diz isso, é só mais uma tradução errada), nessas passagens, vê-se que não se tratam de dizeres de Jesus, mas de pessoas que se dedicaram a escrever sobre o que acham que foram seus ensinamentos... Daí o problema de se considerar a bíblia como uma unidade sagrada de pensamentos divinos.

Acho interessante notar que, as supostas FALAS de Jesus, reproduzidas em algumas partes da bíblia, não eram tão humildes quanto suas atitudes... quem de fato lê a bíblia percebe quão incompatíveis são algumas falas a Jesus atribuídas, com o seu comportamento relatado... exemplo: quando ele está numa festa de bodas com alguns discípulos e sua mãe,  ela avisa que o vinho acabou e ele responde rispidamente “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”... (João 2:4) então ela provavelmente humilhada pela resposta, diz “façam o que ele manda”... e também no episódio da conversa com a samaritana que foi tão emblemático porque representou uma quebra de preconceito COM O GESTO, enfiam uma FALA tipicamente preconceituosa na boca de Jesus “a salvação vem dos judeus”(João 4:22)... obviamente se Jesus tentava quebrar preconceitos com aquela atitude, não incluiria a sua regionalidade na fala, mas diria algo como “a salvação vem de Deus...” algo universal e não regional, afinal, suas atitudes mostravam justamente a intenção de eliminar rótulos como “judeu, samaritano”, etc  e foi exatamente o que colocaram na boca dele com essa fala, um rótulo obviamente proveniente de quem escreveu o texto e não do Jesus, cujo comportamento visava eliminar tais conceitos. (aqui o maior argumento para não acreditar na bíblia cegamente, mas praticar somente o que Jesus em sua sabedoria tentou ensinar – raciocinem irmãos!!!)
O triste é ver que a mesma rigidez intelectual que Jesus tentou combater naquela época, hoje se estabelece exatamente em cima da sua história. O que foi dito sobre ele e “por ele” é tido como regra absoluta, mesmo nas partes mais obviamente incondizentes com o personagem de Jesus e, portanto, provenientes da parte ficta (ou “recordada”, “memorizada” e, ainda, “distorcida” por quem escreveu a bíblia).
O autor sabiamente diz que “Em suas biografias há indícios claros que expressam que ele conhecia a facilidade com que distorcemos a interpretação. Por isso afirmava que a fidelidade do testemunho de alguém tinha que ser confirmada por duas pessoas”.  Provavelmente por isso, Jesus AGIU tanto, no lugar de falar...

O autor se pergunta: Se Cristo tivesse vivido nos dias de hoje, causaria turbulência social, chocaria a política e a ciência?
O autor imagina uma situação em que Jesus está em um congresso de psiquiatria e faz como fez numa reunião descrita na bíblia, levanta e diz “quem acredita em mim, viverá um prazer inesgotável”... acredito que a colocação de Jesus seria diferente nos dias de hoje, mas a interpretação é a mesma... ele de fato falava sobre problemas psíquicos como ansiedade e tentava amenizar o sofrimento das pessoas com conselhos do tipo “não se preocupe com o dia de amanhã” e dizer que quem acreditasse nele, seria feliz, é meramente dizer que, quem entendesse o que ele dizia, quem conseguisse se concentrar no agora e deixar o amanhã de lado, se livraria da ansiedade. Hoje temos muitas pessoas que falam sobre isso, (vide “O Poder do Agora” de Eckart Tolle), então provavelmente Jesus não precisaria bradar numa convenção de psiquiatria, bastaria escrever um livro de auto-ajuda... talvez fosse até melhor compreendido porque não correria o risco de colocarem palavras na sua boca como evidentemente foi feito na bíblia. Mas, concordo que seus conselhos continuam úteis até os dias de hoje!

Sobre a eternidade que Jesus pregava, o autor diz que “...o pensamento de Cristo referente ao fim da existência tinha uma ousadia e complexidade impressionante. Ele discursava sobre a imortalidade com uma segurança incrível. A maioria dos seres humanos nunca procurou compreender algumas implicações psicológicas e filosóficas da morte, mas sempre resistiu intensamente a ela.”
O autor insiste em dizer que Jesus chocaria até a medicina nos dias de hoje com seu discurso sobre a vida eterna... ou seja, sobre a existência de vida após a morte do corpo físico. Acontece que hoje, graças à ciência, temos muito mais conhecimento sobre isso. Há estudos sérios sobre a existência de vida após a morte, realizados por cientistas de verdade, inclusive com algumas teorias muito boas sobre como se daria a continuação da existência sem o corpo físico. Então, concordo que Jesus falava de algo grandioso para sua época (embora a ideia de vida após a morte seja muito anterior a ele), mas hoje em dia, felizmente, somos uma sociedade que pode ao menos arranhar esse conhecimento de forma científica e menos chocante. O que não retira a característica de ser Jesus um homem à frente de seu tempo.
Acho que o maior feito de Jesus foi quebrar os parâmetros de pensamentos pré estabelecidos na época. Falou sobre o amor, sobre a humildade, que estavam esquecidos na sociedade... Mas, a questão da vida após a morte não foi seu maior assunto. Porque religiões foram criadas em torno dele e porque esse assunto assola todo ser humano, talvez a questão da eternidade seja tão associada a Jesus... mas, desde muito antes dele as pessoas acreditavam na vida após a morte (egípcios eram mumificados em função disso), sem que ninguém conseguisse explicar como isso ocorria fisicamente (no sentido de ciência da física), como Jesus também não explicou... mas acreditou, assim como muitos antes dele. Assim, não acho que falar sobre a vida após a morte seja algo especial em relação a Jesus... Os faraós já previam de forma análoga as tais “ruas de ouro” para onde levariam seus pertences (só não tiveram a sensibilidade de Jesus de imaginar que na vida após a morte, os bens materiais seriam desnecessários)
O que eu quero dizer é que, diferente do que muitas religiões pregam, não foi Jesus que introduziu a questão da vida eterna na história do homem.

Cury ainda fala algo extremamente sábio (eu mesma já cheguei a acreditar que poderia haver uma sociedade sem religião, MAS, isso é intrinsecamente impossível ao ser humano)

“Um dos maiores erros intelectuais de Carl Marx é ter procurado criar uma sociedade pregando o ateísmo como massificação cultural. Marx encarou a religiosidade como um problema para o socialismo. Ele era um pensador inteligente, mas por conhecer pouco os bastidores da mente humana, foi ingênuo. Talvez nunca tenha refletido com mais profundidade sobre as conseqüências psicológicas e filosóficas do caos da morte. Se o tivesse feito, teria compreendido que o desejo de superação da finitude existencial é irrefreável. O desejo de continuar a sorrir, a pensar, a amar, a sonhar, a projetar, a criar, a ter uma identidade, a ter consciência de si e do mundo está além dos limites da ciência e de qualquer ideologia sociopolítica.
O homem possui uma necessidade intrínseca de procurar por Deus, de criar religiões e de produzir sistemas filosóficos metafísicos.
O desejo de transcender o fim da existência não pode ser contido. A melhor maneira de propagar uma religião é tentar destruí-la. A melhor maneira de incendiar o desejo do homem de procurar por Deus e transcender o caos da morte é tentar destruir esse desejo.”
Infelizmente, as pessoas confundem “acreditar na vida após a morte” com “ser religioso” ou “acreditar na bíblia”. Ninguém precisa ser religioso ou acreditar na bíblia para ser imortal, caso isso seja uma consequência inevitável após a morte do corpo físico.


O autor fala que “Ele não disse que se as pessoas obedecessem a regras de comportamentos ou doutrinas religiosas teriam a vida eterna. Não! Os textos são claros, ele concentrou nele mesmo o segredo da eternidade. Disse que se alguém cresse nele e o incorporasse interiormente, essa pessoa teria a vida eterna, a vida inesgotável e infinita. Quem produziu um discurso como esse na história?”
De fato, um discurso difícil de se criar em um personagem fictício para os autores da época. O que reforça o argumento de que Jesus realmente existiu.
 MAS, é importante diferenciar o que muitas interpretações religiosas fizeram com esse discurso ao longo dos anos. Acho que quando Jesus disse “crer em mim”, queria dizer “acreditar no que eu digo” e isso é simples, acreditar que é recompensador ser humilde, amoroso, evitar a ansiedade, etc e isso faz com que a pessoa tenha vida plena (eterna, inesgotável, infinita)... e não acreditar nele como sendo o filho de Deus, senão ficará fora da “eternidade”. Ele simplesmente queria que as pessoas entendessem que o que ele pregava faria bem para suas vidas. Jesus, talvez, foi mais ousado do que outros grandes pensadores de épocas diferentes, quando disse que ELE era a fonte da alegria,  ao invés de explicar que SUAS PALAVRAS eram a fonte da sabedoria... pois, todos os outros pensadores dão seus conselhos, mas não os interligam à sua própria figura e foi isso que Jesus fez. Talvez porque na época isso fosse necessário para que as pessoas compreendessem o que ele dizia. (ou então, devido a certa prepotência implícita, mas esse aspecto psicológico eu deixo de lado porque prefiro acreditar que suas ações não condizem com esse traço. Embora fique evidente na bíblia que Jesus tinha seus rompantes nada honoráveis, como quando se descontrolou com o comércio realizado na igreja que ele considerava imoral)

Infelizmente, o que aconteceu na história em relação a Jesus é que ele se tornou um ídolo e, como dizia Carl Sagan, nenhum homem deve idolatrar outro, porque isso limita nosso raciocínio.
O autor fala que Jesus foi especial (divino?) porque geralmente, o homem precisa primeiro ter condições de sobrevivência para depois desenvolver a inteligência, mas “Cristo brilhou na sua inteligência, embora desde a infância tivesse sido castigado pela miséria. Além disso, o que é mais interessante, ele conduziu as pessoas da sua época, tão castigadas pela miséria física e psicológica, a ter uma fome do saber que transcendia as necessidades básicas de sobrevivência.”
Na verdade eu acho que as pessoas mais simples tendem a se voltar mais para o interior que as pessoas com necessidades materiais mais supridas. Pela minha humilde experiência social, tenho percebido que, embora mais crédulas e, portanto manipuláveis, as pessoas mais simples (financeiramente falando) são aquelas que mais se preocupam com a espiritualidade e a interiorização. Provavelmente foi o que aconteceu com Jesus.
O que dá para perceber no autor é que ele não escreveu o livro como um ateu que diz ter sido, mas como uma pessoa tendente a acreditar na divinização de Jesus. Ele não analisou a história de Jesus como um ser humano complexo, mas como o apregoado “filho de Deus”.  Isso prejudica sua exposição de pensamento, como nesse trecho:  “Se olharmos para a miséria do povo Israel e para o jugo imposto pelo Império Romano, constataremos que Cristo não veio na melhor época para expor seu complexo e audacioso projeto para transformar o ser humano. Se tivesse vindo numa época onde havia menos miséria e o sistema de comunicação estivesse desenvolvido, seu trabalho seria facilitado. Porém, há muitos pontos em sua vida, como esse, que fogem aos nossos conceitos: nasceu numa manjedoura, gostava de não se ostentar, escolheu uma equipe de discípulos totalmente desqualificada...”
Na verdade, se o autor encarasse Jesus como um ser humano complexo que foi, conseguiria entender (não fugiria ao seu conceito, ou seja, não seria algo misterioso) que a época em que ele nasceu, foi somente a época em que ele poderia ter nascido (o fato é que se fosse realmente enviado para expor um plano tão complexo de renovação da forma de pensar humana, ele poderia ter nascido em qualquer época... por que não na Idade Média? Ou, ainda, antes disso, evitando que as pessoas antes dele adorassem aos “deuses errados” sem saber?... Tudo isso só mostra que ele era apenas um ser iluminado, mas não “enviado”... como tantos outros, em diferentes momentos históricos, afinal, é de se supor que se fosse parte de um plano divino, estaria realmente em outro lugar e em outro tempo)
Nesse trecho o autor vislumbra o real trunfo de Jesus na época: “Não há dúvida que diversas pessoas o seguiam para atender às suas necessidades básicas e contemplar os seus atos sobrenaturais. Cristo tinha consciência disso. Porém, muitas o seguiam porque foram despertadas por ele, descobriram o prazer de aprender. Platão falou do deleite do processo de aprendizado. Se ele estivesse vivo na época de Cristo, provavelmente seria íntimo dele, ficaria encantado com a habilidade do mestre de Nazaré em conduzir as pessoas desprovidas de qualquer cultura a romper com a mesmice da rotina existencial e ter sede de se interiorizar.”
“Escolheu um grupo de homens iletrados e sem grandes virtudes intelectuais para transformá-los em engenheiros da inteligência e torná-los propagadores (apóstolos) de um plano que abalaria o mundo, atravessaria os séculos e conquistaria centenas de milhões de pessoas de todos os níveis culturais, sociais e econômicos...”
A meu ver, Jesus escolheu as pessoas erradas, mas estava entre a cruz e a espada – sem trocadilhos! Hahahah – porque se escolhesse incultos para propagarem suas ideias, como de fato fez, corria o risco de ver suas palavras distorcidas, como de fato acredito que aconteceu e se escolhesse os cultos escribas, correria o risco de não ser aceito como mestre, pois os cultos da época achavam que já sabiam tudo... um plano divino um tanto falho ou apenas um homem à frente de seu tempo, tentando fazer o que era possível na época?
O autor e todos os religiosos dizem que Jesus exaltava sua condição humana porque foi mandado à Terra justamente para provar o que seria essa condição e entender melhor o ser humano. Eu já interpreto da seguinte forma: as palavras de Jesus sobre ser “filho de Deus” foram interpretadas de forma a divinizá-lo, enquanto o que ele queria era apenas dizer às pessoas que existia algo grandioso além da vida, uma existência extra-física de onde todos viemos, mas quando percebeu que não estavam entendendo dessa forma, começou a destacar que era “filho do homem”, ser humano como qualquer outro, apenas com uma percepção diferente da existência.
Enfim, sobre esse livro é o que eu tinha a dizer... gostei do esforço intelectual do autor em argumentar pela existência de Jesus, o que me convenceu. Mas, ficou evidente que ele também acredita na sua divinização, embora não consiga argumentar suficientemente a favor, MAS, vale o livro e vale lembrar das coisas boas que esse grande pensador disse!